Obs.: Palpite emitido em novembro de 2010.
O automóvel foi uma das bases da economia do século XX e tem tudo para ser uma das maiores dores de cabeça do século XXI.
O automóvel foi uma das bases da economia do século XX e tem tudo para ser uma das maiores dores de cabeça do século XXI.
Em tempos de preocupação ambiental e com uma população cada vez mais urbanizada ficou claro que não há mais como priorizar o transporte individual e abandonar o transporte coletivo.
O automóvel particular é muito mais caro e poluente do que o transporte coletivo, trem, ônibus ou metrô.
Há uma aliança entre fabricantes de automóveis, empresas petrolíferas e meios de comunicação que lucram muito com essa opção. De outro lado estão as pessoas que ficam presas em congestionamentos e condenadas a problemas respiratórios pelo excesso de veículos.
Soluções paliativas aparecem, como o carro híbrido.
A indústria automobilística emprega muita gente, paga altos impostos e contribui genero$amente para muitas campanhas eleitorais. E paga muito dinheiro para a imprensa colocar seus anúncios publicitários.
Outro setor que ganha muito com o automóvel é o da indústria da construção civil. Basear o transporte no automóvel e no caminhão é ter a certeza da necessidade de construção de rodovias, avenidas e da constante manutenção. Grandes empresas de construção civil ganham muito dinheiro para construir pistas e para tapar seus buracos. Grandes empreiteiras também contribuem genero$amente com políticos em época de eleição.
Nesse começo de novembro pós-eleição o palpiteiro testemunhou algo inusitado.
O Salão do Automóvel no Anhembi aparece como o evento da indústria automobilística. Quem passar em frente verá...TRÂNSITO!
Há a opção de transporte gratuito entre o metrô Tietê e o Anhembi, onde ocorre o culto ao automóvel.
Isso mesmo, a melhor opção de acesso ao Salão do Automóvel é de metrô e ônibus.
A imprensa não noticia isso. Limita-se a propagandear o evento. A imprensa é paga pelas montadoras para dizer que o automóvel é o maior bem que um ser humano pode adquirir. A imprensa sustentada pela propaganda do automóvel não fala mal do automóvel.
Também não fala bem de quem critica esse modelo insano e injusto. Insano porque prejudica tantos e injusto porque favorece apenas uma minoria da sociedade. A imprensa sustentada pela indústria automobilística não fala mal de quem fala mal do automóvel. Apenas não oferece espaço. Silencia. Cala. Ignora.
A imprensa brasileira que não fala mal do carro e que ignora quem fala morre de medo da "restrição à liberdade de imprensa".
Quer ir ao Salão do Automóvel?
Vá de metrô, a melhor opção.
Obs.: Após 4 anos tivemos a ampliação dos corredores de ônibus, alguns quilômetros de metrô a mais e a ousada tentativa de Haddad em implantar ciclovias e ocupar vagas de carros com áreas de vivência.
Em junho de 2013 uma onda de manifestações explodiu no Brasil a partir da reivindicação dos garotos do Movimento Passe Livre, críticos do modelo automobilista.
O palpite parece atual pelo que descreve, mas está desatualizado pelo que tem ocorrido, mesmo que lentamente.
3 comments:
Palpiteiro,
voltei.O texto é bom, claro, vai no ponto que mexe essa máquina: O marketing. Ler o jornal aos domingos é um tormento. folhas e folhas seguidas com propagandas sobre a besta fera. Agora, o que isso tudo tem a ver com a liberdade de imprensa? E quem ganha com alguma eventual restrição de liberdade de imprensa? Eu? Você? e quem perde? Com certeza eu e você.
Mas voltando aos beneficios e maleficios do automovel? Quem ganha e quem perde? Bom, imagina o problema que o Lula teria com o emprego se amanhã todos deixarem de comprar carro ou repor peças. Sabe o tamanho da cadeia logística automobilistica? Então, não só a imprensa, mas o metalurgico que fez carreira na porta da montadora em SBC e os próximos presidentes precisarão falar bem e calar quem fala mal.
Ah! eu vi falando como ir de ônibus ao Salão do Automóvel na grande mídia. Não sejamos tão inflexível.
Já assistiu Tropa de Elite 2? Qual o seu palpite?
Que Sustentabilidade que nada! Vamos investir é no PRÉ-SAL, isso sim é futuro!
/ironia.
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