Monday, April 25, 2011

Os 25 anos de Chernobyl

Em Abril de 1986 a primavera já era percebida na Ucrânia. Os ventos da primavera sopraram em direção a Europa. A radioatividade viajou para muito longe. Consulte um mapa e veja a distância entre a Ucrânia e a Suécia. Pois foi na Suécia que se percebeu uma anormalidade nos índices de radioatividade.

Quando a Usina Nuclear de Chernobyl teve seus problemas não se viu, ouviu ou se sentiu nada de anormal.


A radioatividade é silenciosa, invisível e imperceptível para os seres humanos.


A Ucrânia era dominada pela Rússia no que chamávamos de URSS.


Os soviéticos não queriam disseminar o pânico e nem admitir que havia um problema de tamanha gravidade.

A imprensa foi censurada.


Pessoas foram contaminadas por não terem sido informadas.


Muita morreram.

Quantas? Ninguém sabe. E quem sabe não fala a verdade.


Os russos e os defensores da energia nuclear tendem a minimizar os números.


Os histéricos e amantes de tragédias exageram.


Até hoje crianças nascem com problemas sérios. Muitas desenvolvem câncer e outros problemas.


Áreas consideráveis da Ucrânia, Belarus e da Rússia não podem ser utilizadas para nada, por conta da contaminação. Muitas delas estão sendo usadas.


Quis a história que esse quarto de século de Chernobyl fosse lembrado no mês em que as autoridades japonesas demonstram uma grande dificuldade para contornar os problemas em Fukushima.


As autoridades japonesas diziam há algumas semanas que o vazamento seria contido e que o problema não era tão grave.

Pessoas estão sendo removidas de áreas que antes eram consideradas seguras.


A URSS era uma ditadura. O Japão é uma democracia.

Russos mentiram com o apoio do exército.

Japoneses parecem esconder a verdade com uma nova arma: os meios de informação.


A energia nuclear ainda é perigosa.


E a mentira parece ainda ser tão letal quanto a própria radioatividade.





3 comments:

Anonymous said...

Moraes, você é contra ou a favor das Usinas de Angra?

Anonymous said...

em vez das usinas nucleares qual seria uma fonte "limpa" de energia em paises sem rios e que seja com relativo baixo custo?

Sérgio de Moraes Paulo said...

Anonymous,


- as usinas foram compradas e pagas com dinheiro público que faltou a hospitais e escolas. Não foi perguntado ao povo brasileiro se elas deveriam ter sido construídas. E construídas foram. Creio que desativá-las não seria inteligente, pela simples razão de funcionarem. Riscos oferecem e devem ser considerados. Penso que podem e devem ser desativadas. Mas apenas num programa sério e viável com fontes mais seguras, limpas e economicamente viáveis. Nada disso existe hoje, portanto, sou favorável às sua manutenção.

- não faço a mínima ideia de quais fontes seriam viáveis para países nestas condições que você propôs. Não posso opinar no que eu gostaria, mas sim naquilo que temos. E o que temos são usinas em países ricos. Julgo que essa questão é muito complexa e ainda não chegamos a um consenso simplista do tipo "é viável" ou "não é viável". Economicamente tem sido até hoje. MAs com base em Chernobyl e Fukushima, entendo que a discussão deve ir muito além da viabilidade economia.

quando pensamos apenas em dinheiro o resultado pode ser esse: catástrofes.