Sunday, July 15, 2012

Para o bem de todos

Para a necessária preservação da tranquilidade das cabeças alheias, assim como da própria, o palpiteiro não postará nada nos próximos 10 dias.

Wednesday, July 04, 2012

Uma despedida do Pacaembu

Na metáfora mais óbvia o futebol seria uma religião, os torcedores seus adeptos e os estádios os templos.


Na metáfora mais óbvia os estádios seriam os templos das alegrias e das tristezas. Das frustrações e das esperanças.

Na metáfora mais óbvia, o futebol seria politeísta. E seus Deuses teriam desígnios desconhecidos para os mortais. Nós.

Nenhum templo do futebol brasileiro tem o charme do Pacaembu. Construído para a  copa de 1950, foi sede do time campeão, a seleção uruguaia. Campeã.

O Pacaembu nasceu para ser nobre. 


Está localizado em bairro arborizado e que abrigava até uma concha acústica, derrubada para a construção daquela horrorosa arquibancada que chamam de "tobogã".

O palpiteiro confessa que já assistiu a jogo do Corínthians no Pacaembu. Além da memorável apresentação de Jimmy Page e Robert Plant, em 1995, talvez.

O Pacaembu foi o templo de outras paixões também, além da corinthiana. Palmeirenses e santistas também tiveram por lá as suas glórias. Pelé jogou muitas vezes naquele estádio.


Mas não há dúvidas de que foram os os corinthianos que mais amaram o Pacaembu. Isso é indiscutível.

Amaram? Não amam mais?


Parece que não. Caberá a Juvenal Juvêncio, o mais pateta dos presidentes que o São Paulo teve, a honra de ter mexido com o brio dos corinthianos e, ao mesmo tempo, ter tirado o Morumbi da Copa e estimulado o Corínthians a ter seu próprio estádio.

Juvenal Juvêncio quis humilhar o Corínthians e vender apenas 10% dos ingressos para um clássico com o SPFC. Achou que seria popular com seus torcedores sendo arrogante e burro. 

A humilhação levou a um ponto de honra: como mandante, o Corínthians jamais jogaria no Morumbi de novo. 

 Num primeiro momento  o caso prejudicou o Corínthians, pois o Pacaembu tem menor capacidade do que o Morumbi.O que significa menos ingresso vendidos. 

Mas o capitalismo jogou a favor do Corínthians. Com menos ingressos, os valores foram aumentados, devido a uma tal lei da oferta e da procura. 

Mesmo com preços exorbitantes, o estádio enchia e ainda dava para liberar o sinal para a Globo transmitir em TV aberta. 


Não demorou muito para o Corínthians descobrir que direitos de TV e ingressos caros dava mais grana que lotar o Morumbi inteiro com corinthianos a preços populares. O time do povo aprendeu a se elitizar. E ganhar muito com isso.

E assim se fez a aliança maligna, entre a Globo,o Corínthians e, mais adiante, o Poder Público nas suas 3 esferas, Federal, Estadual e Municipal.

Lula quando era presidente percebeu mais uma vez para onde os ventos sopravam. E sopravam para os lados da zona leste de SP...

Oportunismo todo político tem, mas negar o amor de Lula ao Corínthians é negar a realidade. 


Com interesses diversos e nem sempre dignos, viabilizou-se a construção do estádio do Corínthians. Sede da Copa do Mundo de 2014 em SP. 

Será um estádio moderno e à altura do novo momento do futebol: não muito grande e adequado para garantir ganhos de bilheteria com transmissões pela TV, que não afetarão as vendas de ingressos. 

O Morumbi é muito maior, mas quem já assistiu jogo lá sabe que é um estádio velho e inadequado para um espetáculo que exige cada vez a transmissão pela TV.

O Corínthians então terá o seu próprio estádio, com o estimulo do tricolor Juvenal Juvêncio, o mais cretino dos presidentes que o SPFC já teve.


E hoje será a despedida do Corínthians do Pacaembu. Seja lá qual for o resultado, no ano que vem o novo estádio estará pronto e, para o brasileirão 2012, há poucas chances do time da ZL decidir o título.

Caberão aos deuses do futebol decidir como será essa despedida. 


O templo poderá ser condescendente e ajudar o Corínthians de todas as maneiras: bola na trave, pênalti não dado e gol impedido poderão dar ao Corínthians o almejado título da Libertadores. Além da inspiração a gols históricos e ou heroicos. 

Mas também poderá haver um acerto de contas. O templo que tantas alegrias deu ao Corínthians, hoje desprezado, poderá ficar chateado. E tudo poderá da errado numa decisão em pênaltis. E sabemos que ao contrário do Deus judaico-cristão, os deuses do futebol são maliciosos, caprichosos e vingativos.


O palpiteiro não nega que assistirá ao jogo de hoje torcendo para o melhor, o Boca. E que ficará atento ao que o Pacaembu decidirá. 

A despedida do Pacaembu poderá ser inesquecivelmente boa para o Corínthians. Ou não. 

Os deuses falarão...